MEMORIZAÇÃO
Sumário
1 - Tipos de
Memória
2 - Fases da memorização
3 - Memorização: Vantagens e
Desvantagens
4 - Factores influenciadores
5 - Técnicas de memorização
Introdução
Na maioria dos casos, apenas a leitura de um
texto não é suficiente para possuir conhecimentos, especialmente em matérias
tão exigentes em termos de memória como a química ou a medicina. Uma leitura
pode dar uma boa imagem inicial do tema, mas é necessário algo mais.
Para tal é necessário um esforço voluntário, o
reconhecimento de que é necessário e útil para que os conhecimentos possam ser
adquiridos com uma maior eficiência. Tem de ser uma pessoa por si própria a
decidir aprender para que qualquer esforço seja recompensado por um resultado
final.
Muitas vezes não se resume tudo apenas à
memorização. Certas matérias realmente requerem uma grande dose de memorização
de termos, relações e reacções. Mas outras, de natureza bastante diversa exigem
a compreensão, como é o caso da matemática, dado que é impossível decorar a
resolução de um exercício, antes é necessário compreender como se atinge a
solução para que se consiga reproduzir o mesmo tipo de processo mas adequado a
uma situação diferente. O mesmo acontece com muitos outros ramos e áreas.
Na maior parte dos casos, podemos dizer que em
todas as profissões é necessário decorar em primeiro lugar algumas noções e
relações básicas e posteriormente é necessário compreender as excepções, os
casos que se apresentam diariamente e que requerem mais do que uma simples récita
do que se aprendeu. Exigem uma interpretação e uma adaptação. Daí que para o
estudo de todas as matérias se comece sempre pelo mais monótono para depois se
atingir o que se verifica ser um desafio.
Por isso, não é talvez correcto pensar que
exista um dilema entre a memorização e compreensão relativamente ao melhor
método de estudo pois, na verdade, é necessária uma combinação de ambos para
permitir o sucesso da aprendizagem.
1 - Tipos de Memória
Há três tipos principais de memória:
a Automática, a Afectiva e a Cognitiva.
Memória
Automática
Esta é a memória que se relaciona com os
hábitos que possuímos e com a utilização que damos a certas informações que
necessitamos todos os dias. A esta memória apela algo tão básico como conduzir,
mas também certas coisas como números de telefone. Quando se utiliza um
determinado número todos os dias, é natural que ao fim de algum tempo ele fique
na memória e já não seja necessário consultar a agenda telefónica. Daqui se
retira a ideia de que a prática e a repetição são fundamentais para a
memorização de tal maneira que a este nível a informação que pretendemos
aparece-nos sem que tenhamos que fazer qualquer esforço para a lembrar.
Memória
Afectiva
Esta é a memória relacionada com
as nossas experiências e recordações. Certo número de informações são obtidas
ao longo da nossa vida através de um contacto mais próximo com certas
realidades ou mesmo em simples conversas que, pela importância de que se
revestiram no momento ficarão connosco durante muito tempo. Desta forma, para
que a memorização seja mais simples pode-se associar a determinadas informações
dados pessoais que nos permitam uma recordação mais fácil. Deste princípio
retiram-se algumas técnicas de memorização importantes.
Memória Cognitiva
Memória O estabelecimento de redes lógicas
no nosso pensamento favorece a reminiscência e a memória dessas relações
causais. Voltamos um pouco ao princípio da compreensão, pois se algo está claro
na nossa mente, é de certa forma mais fácil lembrarmo-nos disso. Daí que quando
falamos muitas vezes em memorização, também está subjacente uma compreensão,
pois é a melhor forma de manter uma informação durante mais tempo na nossa
memória.
2 - Fases da memorização
a – Estabelecimento de objectivos
Em primeiro lugar é necessário enumerar a
informação a memorizar e a sua urgência e aplicação. Assim, podemos estabelecer
como objectivo um teste de uma matéria que irá decorrer daqui a uma semana. A
partir daqui organizamos o tempo que temos disponível de forma a melhor o
rentabilizar.
b – Seleção
As matérias a estudar necessitam, à
partida, de uma selecção do que é importante e relevante, uma vez que não é
necessário, nem possível, decorar toda a informação disponível. Deve ser
escolhido o material mais básico a partir do qual se podem estabelecer relações
causais com outras matérias que assim evitamos decorar. Assim como aquilo que
se considera mais provável vir a necessitar.
c – Elaboração de materiais de trabalho
Consoante a matéria a estudar, assim devem
ser elaborados apontamentos adaptados à situação, curtos, visualmente
atractivos e precisos, onde o processo de memorização se irá basear.
d – Aplicação das técnicas de memorização
Estas técnicas serão aprofundadas em
seguida, mas existem diversos tipos, com diferente duração e aplicabilidade a
cada caso.
e – Revisão
Finalmente e antes de se aplicar os
conhecimentos estudados, é necessário certificarmo-nos de que eles foram
correctamente apreendidos e para tal é útil fazer um pequeno teste, quer através
de perguntas que outra pessoa possa fazer, quer através da récita de todos os
conhecimentos decorados. Este teste pode revelar fraquezas que se podem
corrigir antes dos exames.
3 - Memorização: Vantagens e Desvantagens
As técnicas de memorização são talvez as
mais fáceis de aprender e explicar pois a compreensão depende não tanto de
técnicas mas sim de ginástica mental, em que só uma prática da matéria
específica fornece os instrumentos necessários para a apreensão dos
conhecimentos.
Assim, concentrando-nos na memorização, é
necessário ter em consideração, em primeiro lugar que tem vantagens e
desvantagens.
Vantagens:
permite abarcar um vasto leque de
conhecimentos;
permite a aquisição de mecanismo
mentais que facilitam o desenvolvimento intelectual;
cada pessoa segue o seu ritmo de
aprendizagem, uma vez que existem muitos métodos que se coadunam com cada
pessoa e o seu ritmo específico;
é uma das formas mais eficientes de
lembrar dados que se pretende ou necessita de utilizar frequentemente.
Desvantagens:
exige um grande nível de treino e
esforço, pois a facilidade de memorização é algo que se obtém ao fim de algum
trabalho;
requer geralmente bastante tempo até
se conseguir decorar todos os dados de que se necessita;
muitas vezes os conhecimentos não
ficam durante muito tempo na mente de quem os decora, sem compreender;
é uma técnica de aprendizagem muito
intensa, que causa bastante cansaço.
4 - Factores influenciadores
No entanto, podemos identificar alguns que
nos fornecem pistas para os métodos de memorização a explorar posteriormente:
Ligações
afectivas
Naturalmente, é fácil lembrar-nos daquilo
que gostamos, do aniversário dos nossos familiares ou amigos, das matérias ou
dos assuntos que nos agradaram quando os estudámos. Desta forma podemos pensar
que não vale a pena estar a tentar forçar a memorização de algo que nos
desagrada profundamente porque mesmo que se consiga com um grande esforço
decorar durante algum tempo, o esquecimento é extremamente rápido. Antes é mais
útil encontrar algo de que gostamos realmente de estudar, pois essas são as
matérias que manteremos mais facilmente e durante mais tempo na nossa memória.
Utilidade
Quando pensamos que um conjunto de
informações não tem utilidade nenhuma, a motivação para o memorizar é bastante
baixa. Desta forma, é necessário que os dados tenham uma aplicação prática
visível para que se consiga novamente reter as informações por um período mais
ou menos longo. Deste modo, é necessário apelar bastante ao raciocínio e ao
sentido prático para encontrar alguma forma de aplicação dos conhecimentos,
pois isso por si só já nos dá algumas ideias de como conseguir memorizá-los.
Compreensão
Assim como se devem encontrar afinidades e
aplicações para os conhecimentos, também a sua correcta compreensão permite uma
mais fácil memorização. Assim, é sempre útil tentar enquadrar os dados numa
sequência lógica e não tentar memorizá-los imediatamente sem se estabelecer
previamente relações de causalidade.
Esquematização
e Visualização
A memória funciona muitas vezes como uma
impressão que se tem de algo estudado anteriormente. Assim, como numa
fotografia, é mais fácil lembrarmo-nos da localização de um determinado tópico
na página em que o inserimos do que das explicações que se inseriam dentro
desse tópico.
Quando lemos um jornal, aquilo que fixamos
mais facilmente são as fotografias e os títulos que nos chamam mais a atenção.
Por esse motivo, quando se elaboram apontamentos se deve ter o cuidado de fazer
uma apresentação muito apelativa e organizada, e se possível gráfica, para que
seja mais fácil a memorização dos conceitos.
Necessidade
e urgência
Quando um exame se aproxima, é mais urgente
memorizar a matéria que nele se insere, mas também a maior pressão faz com que
esse estudo tenha menor eficácia e dure menos. Por isso, uma memorização e
compreensão com uma certa antecedência é mais benéfico para aplicações futuras
dos conceitos estudados.
5 - Técnicas de memorização
Repetição
A forma mais simples de decorar uma
determinada informação é exactamente repeti-la um determinado número de vezes
até que esteja totalmente apreendida. Esta técnica é muito utilizada, mas pode
ser demasiado fatigante ou mesmo pouco útil, uma vez que implica um esforço
mental que resulta muitas vezes no posterior esquecimento de tudo o que foi
decorado.
Imagens
mentais
Esta técnica baseia-se na ideia da memória
fotográfica. Para as pessoas que tenham maior facilidade em decorar imagens,
aconselha-se o recurso a páginas de informação estruturada e extremamente
visual que provoque uma impressão forte na memória e obrigue a uma recordação
exacta.
A grande desvantagem deste método é não
poder ser aplicado a todas as matérias, mas apenas àquelas que tenham uma maior
adaptabilidade a este tipo de estrutura.
Técnica
dos espaços
Nesta técnica pretende-se utilizar a
familiaridade da pessoa com determinado espaço para recordar determinada
informação. Assim, por exemplo, pode-se associar a cada rua de uma pequena
cidade uma ideia e o indivíduo, enquanto imagina passear-se por esses espaços
vai-se recordando das informações que associou a cada um deles. Esta técnica
tem a desvantagem de implicar um bom conhecimento dos espaços, o que não
acontece com todos nós, mas também, que a matéria a estudar se associe com
eles.
Palavras-chave
A ideia desta técnica é associar um tópico
a cada palavra-chave, de modo que ao lembrarmo-nos desse termo nos recordamos
de todo um raciocínio ou de toda uma matéria. Embora este método tenha nítidos
benefícios do ponto de vista da compreensão da matéria, também é pouco
confiável, pois a escolha de uma palavra-chave é muito importante, e também
aqui o esquecimento de uma dessas palavras pode ser fundamental para a perda de
todo o raciocínio.
Elaboração
progressiva
Por vezes pode ser útil encadear as
informações de tal maneira que elas sigam uma ordem lógica que nos permita
recordar as informações que elas encerram. Esta técnica mostra-se bastante útil
para descrever processos, mas para enumerar listas de características ou outras
informações que pretendemos decorar, não é muito útil, devido à dificuldade de
encadear os diferentes dados.
Técnica
dos números
Algumas pessoas têm uma maior facilidade em
recordar números do que palavras, o que pode ser comprovado, por exemplo, com
os números de telefone. Para essas pessoas, a codificação de um conjunto de
informações em números pode ser a forma mais fácil de adquirir todos esses
dados. No entanto, esta técnica encerra também outros problemas como o excesso
de codificação que pode tornar as mensagens um conjunto de informações sem
sentido e de memorização ainda mais difícil.
Técnica
das iniciais
Muitas pessoas têm também maior facilidade
de decorar um processo ou dados como os elementos da tabela periódica, se estes
formarem, com as suas iniciais uma palavra fácil de memorizar e com sentido. No
entanto, também este método tem problemas pois a partir das iniciais apenas,
muitas vezes é difícil lembrar quais as palavras que pretendem representar.
Rimas
e jogos
O ensino de crianças passa muitas vezes por
rimas e jogos, que se tornam fáceis instrumentos de memorização. Por exemplo,
certas rimas para decorar o nome dos meses e do número de dias que os compõem
ou mesmo o ritmo que se imprime à tabuada para que quase se assemelhe a uma
cantiga são formas de memorização mais fáceis de implementar. Este tipo de
métodos muitas vezes recorre a palavras que soam a outras e que têm um sentido
caricato na frase, o que faz com que a memória os fixe mais facilmente pois apela
á sua componente afectiva. Para matérias mais complexas, é, no entanto, difícil
de aplicar e geralmente baseia-se em jogos tradicionais, que não incluem muitas
das novas matérias a estudar.
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